E se a educação mirasse o cosmos e não o indivíduo a ser formado? Fabulações cosmoquânticas
Palavras-chave:
teoria quântica, poética das ciências, teoria curricular, fabulaçãoResumo
O presente ensaio consiste em uma conversação, um diálogo com os estudos da ciência e da tecnologia, estudos feministas e teoria queer, emergida de uma pesquisa em currículo tomada como uma experimentação teórica. É um esboço em meio à ciência, à arte, à literatura e à filosofia. Valendo-se da mistura alquímica entre os intercessores conceituais da física quântica e os sentidos partilhados pelas tradições das teorias curriculares – projeto, formação e indivíduo – exercita esgarçar os contornos das histórias educacionais tributárias do antropocentrismo pela fricção com uma poética das ciências. Trata-se, portanto, de fazer dançar uma imaginação cosmoquântica pelas vias da queeridade constitutiva da matéria e sua indeterminação ontológica. E/ou perguntar: o que acontece se a educação mirar o cosmos?
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