A produção de hormônio gonadotrófico equino nas “fazendas de sangue” da Syntex S.A. (Cone sul da América Latina): não olhe para baixo!
Palavras-chave:
cavalo, indústria farmacêutica, hormônio, colonialismoResumo
A indústria do hormônio gonadotrófico coriônico equino (ECG) serve à indústria animal mundial, promovendo a estimulação e sincronização do cio em porcas e outras espécies criadas em fazendas industriais. Sua produção é baseada no manejo precário e abusivo de éguas gestantes, fábricas vivas do hormônio extraído por sangrias realizadas durante um período específico da gestação. A publicização desse processo de expoliação que vigora nas “fazendas de sangue” na Argentina e Uruguai, da multinacional Syntex, integra a trajetória secular de milhões de equinos a serviço da indústria farmacêutica mundial. Conexões entre o cavalo, a Syntex e o contexto latino-americano são examinadas como expressão do sistema de biopoder, pilar do colonialismo, e dos seus persistentes vínculos com o capitalismo contemporâneo. O mercado do “primeiro mundo”, que suga fluidos gerados por fêmeas grávidas do Cone Sul expõe de forma muito óbvia a lucratividade gerada com a expropriação intensiva do metabolismo desses animais.
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