RECREAÇÃO NARRATIVA ATRAVÉS DA VOZ ANIMAL EM HISTÓRIA DE UMA GAIVOTA E DO GATO QUE A ENSINOU A VOAR, DE LUIS SEPÚLVEDA
Palavras-chave:
animal político, direitos dos animais, antropormofização, vozes narrativasResumo
A maioria dos contadores de história dos séculos anteriores ao XX faziam uso de narradores animais satíricos por meio dos quais o ser humano era objeto de sátira, seja nas fábulas, epopeias ou nos primeiros romances. O animal que zombava significava que algo estava errado no mundo real. Ao zombar, o animal desempenhava um papel social através do qual pode ser feita uma crítica da sociedade. Assim, restava uma visão despectiva do animal, um animal considerado inferior. E, assim considerado, teríamos o direito de fazê-los sofrer de todos os modos. Neste artigo, através da ficção, procuramos dar respostas ao dilema ecológico por meio de uma história hispano-americana do século XX, onde um conflito é resolvido de forma original através da voz animal. Uma história que propõe e ensaia uma sociedade fundada em valores éticos onde a ajuda e a solidariedade fazem desta utopia animal um motor para a luta contra os desastres ecológicos. Graças à escrita de Luis Sepúlveda, estudaremos a voz animal baseando nosso pensamento em uma citação de Gilles Deleuze.[1]
[1] “Um escritor não é um homem escritor, é um homem político e é um homem máquina, é um homem experimental (que não deixa de ser um homem para devir um macaco ou besouro, ou cachorro, ou rato, devir-animal, devir- inumano, porque a verdade é através da voz, através do som, através de um estilo que se torna animal e provavelmente a força da sobriedade).” [Traducción propia].
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