Pedagogias Animalomórficas:

desconstrução, perspectivismo e narrativas multiespécies

Autores

  • Moysés Pinto Neto

Palavras-chave:

Animalomorfismo, Perspectivismo, Multinaturalismo, Multiespécies, Antropoceno

Resumo

A partir do espaço aberto pela desconstrução, busca-se pensar as estratégias de reincorporação da biologia, em especial no pensamento de Donna Haraway, como uma variação sob tensão do perspectivismo ameríndio, permitindo distribuir a agência entre animais humanos e não-humanos. Assim, se no perspectivismo ameríndio, tal como descrito por Viveiros de Castro, predomina uma combinação entre antropomorfismo (o atributo “pessoa” ou “gente” é distribuído dependendo da posição e não de uma substância ou essência) e da metafísica da predação (o local do humano depende da posição contingente entre caça e caçador), Haraway apresenta outras dimensões em que o exemplo é animal (animalomorfismo) e a estrutura relacional é, por exemplo, o companheirismo (companion) e a simpoiese (sympoiesis). Não se trata de meras metáforas, uma vez que o multiverso perspectivista não contém uma forma original, mas pragmáticas morfodinâmicas comparativas que operam como pedagogias animalomórficas para sobreviver no Antropoceno.

Biografia do Autor

  • Moysés Pinto Neto

    Professor do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), Doutor em Filosofia na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul com período sanduíche no Centre for Research in Modern European Philosophy (Kingston – UK).

Referências

Referências

Benjamin, W. (1987). Experiência e Pobreza. In: Obras Escolhidas: Magia, técnica, arte e política, vol. 1. Brasília: Brasiliense.

Bonneuil, C., Fressoz, J-B. (2016). The Shock of the Anthropocene. Trad. David Fernbach. London/New York: Verso Books (edição Kindle).

Ciriza, A. (2006). A propósito de Jean Jacques Rousseau: contrato, educação e subjetividade. En publicacion: Filosofia política moderna. De Hobbes a Marx. Boron, Atilio A (ed.). CLACSO; DCP-FFLCH/USP, Universidade de São Paulo. Recuperado de: https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/praxis/429/filopolmpt.pdf?sequence=1&isAllowed=y

Danowski, D., Viveiros de Castro, E. (2014). Há mundo por vir? Ensaio sobre os medos e os fins. Desterro [Florianópolis]: Cultura e Barbárie/Instituto Socioambiental.

Derrida, J. (1967). De la Grammatologie. Paris: Les éditions de Minuit.

____ (2002) O animal que logo sou (a seguir). Trad. Fábio Landa. São Paulo: UNESP.

____ & Roudinesco, Elisabeth (2004). De que amanhã... diálogo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.

Graeber, D. (2015). Radical alterity is just anotherway of saying “reality”: a reply to Eduardo Viveiros de Castro. Hau: Journal of Ethnographic Theory, v. 5, n. 2, pp. 1–41.

Haraway, D. (2003). The Companion Species Manifest: dogs, people and significant otherness. Chicago: Chicago University Press.

____ (2007). When species meet. Minnesota: University of Minnesota Press.

____ (2016). Staying with the Trouble: Making Kin in the Chthulucene. Duke University Press.

Latour, B. (2014). Para distinguir os amigos e inimigos no tempo do Antropoceno. Revista de Antropologia, São Paulo, USP, v. 57, n. 1, pp. 11-31.

___ (2017). Où aterrir. Paris: La Decouvert [edição kindle].

Ludueña Romandini, F. (2012). A comunidade dos espectros. I. Antropotecnia. Tradutores A. Nodari e L. D’Ávila de Oliveira. Desterro, Florianópolis: Cultura e Barbárie.

Nodari, A. (2018). Recipropriedade. En: Piseagrama. Belo Horizonte. Recuperado de: https://piseagrama.org/recipropriedade/.

Tsing, A. et al (2017). Arts of living in a damaged planet: ghosts and monsters in the Anthropocene. Minnesota: Minnesota University Press.

Viveiros de Castro, E. (2011). A inconstância da alma selvagem. São Paulo: Cosac Naify.

___ (2015). Metafísicas Canibais: elementos para uma antropologia pós-estrutural. São Paulo: Cosac Naify.

___ (2014). Who is afraid of the ontological wolf? CUSAS Annual Marilyn Strathern Lecture, 30 May 2014. Recuperado de: https://sisu.ut.ee/sites/default/files/biosemio/files/cusas_strathern_lecture_2014.pdf

___ (2019) On Models and Examples: engineers and bricoleurs in the Anthropocene. Current Anthropology, v. 60, Supplement 20, pp. 296-308.

Downloads

Publicado

2019-06-01

Edição

Seção

SOBRE LOS ANIMALES: TESIS Y TESINAS

Como Citar

Pedagogias Animalomórficas: : desconstrução, perspectivismo e narrativas multiespécies. (2019). Revista Latinoamericana De Estudios Críticos Animales, 6(1). https://revistaleca.org/index.php/leca/article/view/241