Pedagogias Animalomórficas:
desconstrução, perspectivismo e narrativas multiespécies
Palavras-chave:
Animalomorfismo, Perspectivismo, Multinaturalismo, Multiespécies, AntropocenoResumo
A partir do espaço aberto pela desconstrução, busca-se pensar as estratégias de reincorporação da biologia, em especial no pensamento de Donna Haraway, como uma variação sob tensão do perspectivismo ameríndio, permitindo distribuir a agência entre animais humanos e não-humanos. Assim, se no perspectivismo ameríndio, tal como descrito por Viveiros de Castro, predomina uma combinação entre antropomorfismo (o atributo “pessoa” ou “gente” é distribuído dependendo da posição e não de uma substância ou essência) e da metafísica da predação (o local do humano depende da posição contingente entre caça e caçador), Haraway apresenta outras dimensões em que o exemplo é animal (animalomorfismo) e a estrutura relacional é, por exemplo, o companheirismo (companion) e a simpoiese (sympoiesis). Não se trata de meras metáforas, uma vez que o multiverso perspectivista não contém uma forma original, mas pragmáticas morfodinâmicas comparativas que operam como pedagogias animalomórficas para sobreviver no Antropoceno.
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