Humanimalidades em tempos líquido-modernos:
homens, animais e máquinas
Palavras-chave:
animal, humano, artefacto, literatura portuguesaResumo
Nas últimas décadas, tem-se assistido a uma verdadeira reconceptualização do binómio animal/humano, desconfigurando-se os limites que desde sempre os separaram. Esta diluição de fronteiras tem-se tornado ainda mais problemática numa sociedade altamente mecanizada, na qual o progresso científico e as novas tecnologias revolucionaram a própria natureza e teoria do sujeito-animal. A emergência de uma robótica autónoma e das manipulações do ser vivo pela biotecnologia deram origem ao aparecimento de criaturas híbridas que tornam problemática a distinção entre o artificial e o natural, obrigando-nos a repensar o conceito de animalidade, bem como as nossas relações com o animal que, no contexto da hipermodernidade, se encontram sujeitas ao triângulo homem/animal/máquina. Pretende-se, neste trabalho, indagar a representação desta reconfiguração ontológica no plano da ficção, apoiando a nossa reflexão nas obras O ano de 1993, de José Saramago e Animalescos, de Gonçalo M. Tavares.
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