Operação Splash Back!:

A queerização da libertação animal e as contribuições dos neo-insurrecionários queers

Resumo

A rede neo-insurrecionária conhecida como Bash Back! contribuiu para a queerização do discurso sobre a libertação animal através da publicação do comunicado de 2010 intitulado “Bash Back!ers, em apoio à autonomia da ação animal, clamam pela solidariedade trans-espécie em relação a Tilikum.” [Bash Back!ers In Support of Autonomous Animal Action Call for Trans-Species Solidarity With Tilikum] A política desenvolvida pela maioria dos movimentos neo-insurrecionários Queers, como exemplificado pela Bash Back!, serve para romper com as noções antropocêntricas concernentes ao humano-libertador e ao animal-cativo que constituem  a peça central do discurso relativo à libertação animal. Através da apropriação de um ataque em que uma baleia orca matou sua treinadora no SeaWorld, a Bash Back! problematiza não somente a domesticação normalizada de animais não-humanos para o entretenimento, mas também o discurso utilizado para criticar tal escravização. Por meio de uma postura satírica e um quadro libertário, Bash Back! visa desenhar uma conexão interseccional entre os sistemas de dominação que escravizam tanto animais não-humanos quanto não-heterossexuais Queers. A partir da queerização deste entendimento concernente à libertação, Bash Back! busca modificar o caminho do discurso relativo à libertação animal no que tange ao quadro humano centralizador atinente à “libertação total” para um quadro antiespecista proposto, doravante, por meio da “solidariedade total”.