Nietzsche contra a interpretação antropocêntrica dos animais na filosofia ocidental

Authors

  • Newton Pereira Amusquivar Júnior

Keywords:

antropocentrismo, animalidad, sobrehumano, naturaleza

Abstract

Na filosofia, a definição do homem como animal racional configura um antropocentrismo que coloca o homem em um patamar elevado diante dos outros animais. Esse antropocentrismo será abordado em filósofos como Platão, Aristóteles, Santo Agostinho, São Tomás de Aquino, Descartes, Kant e Heidegger. Porém, ao mesmo tempo, há um movimento de retomada naturalista presente em diversos filósofos e cientistas que realizam uma crítica a esse antropocentrismo. No caso de Nietzsche, a crítica ao antropocentrismo não apenas retira o homem do centro do universo, mas também propõe uma nova relação do homem com a natureza e a animalidade, questionando até mesmo a separação entre natureza e homem, com a finalidade de superar a moral e o homem. Isso conduz à concepção de além-do-homem, que não tem um sentido evolucionista, mas sim uma retomada da nossa animalidade e natureza sem moralidade.

Author Biography

  • Newton Pereira Amusquivar Júnior

    Mestado e doutorado em filosofia na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), atualmente realizo o estágio de pesquisa de pós-doc na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

References

A bíblia de Jerusalém (2002). São Paulo, Paulus.

Agostinho, (2004). Confissões In: In: Agostinho. Trad. J. Oliveira Santos, e A. Ambrósio de Pina, São Paulo, Abril, (Coleção Os Pensadores).

Aristóteles, (2015). Metafísica. Tradução: Giovanni Reale, São Paulo, Edições Loyola.

__________. (2013). Sobre a alma. Tradução: Ana Maria Lóio. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes.

Canguilhem, G. (1989). La connaissance de la vie. Paris, Librairie philosophique.

Descartes, R. (2004). Meditações sobre filosofia primeira, tradução: Fausto Castilho, Campinas-SP, Editora Unicamp.

__________. (1996). Discurso do método. In: Descartes. Tradução: J. Guinsburg e Bento Prado Júnior. São Paulo: Abril (Coleção Os Pensadores).

Ferreira, Sandro de Souza. (2008). A condição animal na filosofia de Tomás de Aquino. Controvérsia, vol. 4(1), p. 11-17, jan-jun.

Heidegger, M. (2015). Os conceitos fundamentais da metafísica: mundo, finitude, solidão. Trad.: Marco A. Casanova, Rio de Janeiro, Forense Universitária.

__________. (2003). A sentença nietzschiana “Deus está morto”. Trad.: Marcos Casanova. Natureza Humana, São Paulo, 5(2): p. 471- 526, jul.-dez.

__________. (1973). Sobre o humanismo In: In: Heidegger. Trad. Ernildo Stein, São Paulo, Abril, (Coleção Os Pensadores).

Kant, I. (2015). Crítica da razão pura. Tradução: Fernando Costa Mattos, Petrópolis-RJ, Vozes.

__________. (1974). Fundamentação da metafísica dos costumes In: In: Kant. Trad. Paulo Quintela, São Paulo, Abril, (Coleção Os Pensadores).

Lemm, Vanessa. (2009). Nietzsche’s animal philosophy: culture, politics, and the Animality of the human being. New York, Fordham University Press.

__________. (2004). The overhuman animal. In: ACAMPORA, C. D. e ACAMPORA, R. R. (org), A Nietzschean bestiary: becoming animal beyond docile and brutal. Rowman & Littlefield Publishers, Lanham, Boulder, New York, Toronto, Oxford.

Nietzsche, F. (2005). Além do bem e do mal. Tradução: Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras.

__________. (2007a). O anticristo: maldição ao cristianismo. Tradução: Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras.

__________. (2011). Assim falou Zaratustra. Tradução: Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras.

__________. (2004). Aurora. Tradução: Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras.

__________. (2007b). Cinco prefácios para cinco livros não escritos. Trad.: Pedro Süssekind, 7 letras, Rio de Janeiro.

__________. (2006). Crepúsculo dos ídolos. Tradução: Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras.

__________. (2010a). Fragmentos póstumos. (Vol.1) (1869-1874), Tradução para o espanhol: Luis E. De Santiago Guervós, Madrid, Editorial tecnos (grupo Anaya).

__________. (2008a). Fragmentos póstumos. (Vol.2) (1875-1882), Tradução para o espanhol: Luis E. De Santiago Guervós, Madrid, Editorial tecnos (grupo Anaya).

__________. (2010b). Fragmentos póstumos. (Vol.3) (1882-1885), Tradução para o espanhol: Luis E. De Santiago Guervós, Madrid, Editorial tecnos (grupo Anaya).

__________. (2008b). Fragmentos póstumos. (Vol.4) (1885-1889), Tradução para o espanhol: Luis E. De Santiago Guervós, Madrid, Editorial tecnos (grupo Anaya).

__________. (2001). A gaia ciência. Tradução: Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras.

__________. (1998). Genealogia da moral. Tradução: Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras.

__________. (2000). Humano, demasiado humano vol. I. Tradução: Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras.

__________. (2007c). O nascimento da tragédia. Trad.: J. Guinsburg, São Paulo, Cia das Letras.

__________. (2020). Schopenhauer como educador: Considerações extemporâneas III. Tradução: Clademir Luís Araldi. São Paulo: WMF Martins Fontes.

Norris, M. (1985). Beasts of the Modern Imagination: Darwin, Nietzsche, Kafka, Ernst, and Lawrence. Baltimore, Johns Hopkins University Press.

Pieper, A. (2010). “Ein Seil, geknüpft zwischen Thier und Übermensch” Philosophische Erläuterungen zu Nietzsches “Also sprach Zarathustra” von 1883. Schwabe: Basel.

Platão. (2010). A república. Tradução: J. Guinsburg. São Paulo, Perspectiva.

Published

2024-10-28

How to Cite

Nietzsche contra a interpretação antropocêntrica dos animais na filosofia ocidental. (2024). Revista Latinoamericana De Estudios Críticos Animales, 11(1). https://revistaleca.org/index.php/leca/article/view/449